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quarta-feira, 20 de junho de 2012

A AÇÃO DO LIXO SOBRE AS ÁGUAS


ÁGUAS: ABUNDÂNCIA E ESCASSEZ

 12 de abril de 1961. O Major Yuri A. Gagarin dá a volta completa em torno da Terra em 1 hora e 40 minutos. "A Terra é azul!". A mensagem remete-nos à preeminência da água. Ela recobre ¾ da superfície do nosso planeta e constitui também ¾ do nosso organismo. Entre todos os elementos que compõem o universo, a água é talvez aquele que melhor simboliza a essência do homem, desempenhando um papel fundamental no nosso equilíbrio.

Os oceanos, rios, lagos, geleiras, calotas polares, pântanos e alagados cobrem cerca de 354.200 km² da Terra, e ocupam um volume total de 1.386 milhões de km³. Apenas 2,5% desse reservatório, porém, consiste de água doce, fundamental para a nossa sobrevivência, sendo o restante impróprio para o consumo. Além disso, 68,9% da água doce está na forma sólida, em geleiras, calotas polares e neves eternas. As águas subterrâneas e de outros reservatórios perfazem 30,8%, e a água acessível ao consumo humano, encontrada em rios, lagos e alguns reservatórios subterrâneos, somam apenas 0,3%, ou 100 mil km³. O Brasil tem 12% da concentração mundial de água doce.

Por que tal abundância de água não nos protege da sua falta?

Haverá mesmo falta d'água na Terra? O ciclo hidrológico compreende o movimento da água em suas várias formas, mantém um fluxo permanente com o volume inalterado desde o nascimento da Terra. O homem, por sua vez, tem se apropriado dos recursos sem a preocupação de preservar os ciclos naturais, como se a existência da água fosse uma dádiva dos céus.

A disponibilidade da água tornou-se limitada pelo comprometimento de sua qualidade. A situação é alarmante: 63% dos depósitos de lixo no país estão em rios, lagos e restingas. Na região metropolitana de São Paulo, metade da água disponível está afetada pelos lixões que não tem qualquer tratamento sanitário. No Rio de Janeiro diminuiu-se a oferta de água para fins de uso doméstico e industrial devido à poluição crescente por esgoto urbano. A Região Norte, que tem a maior reserva de água doce do Brasil, é a que mais contamina os recursos hídricos despejando agrotóxicos, mercúrio dos garimpos e lixo bruto nos rios.

Segundo dados do IBGE, de 1999, 70,9% dos brasileiros possuem residência; desse total apenas 75% dispõem de água potável e 59% de rede de esgoto; 94% dos esgotos não são tratados e 80% das doenças são causadas ou disseminadas pela falta de saneamento. A água de má qualidade pode ser fatal. A cada ano as doenças provocadas por ela causam 3 milhões de mortos no mundo, crianças na maioria, e provocam mais de 1 bilhão de enfermidades.
.O Brasil, além dos problemas de poluição dos reservatórios naturais e dos processos desordenados de urbanização e industrialização, tem como causa da degradação da qualidade da água o desperdício provocado por escoamento defeituoso nas tubulações e o desperdício doméstico.

Falta uma maior eficiência política dos governos que estabeleça ações públicas e privadas para um melhor gerenciamento dos recursos hídricos. Baseado nisso, o Banco Mundial adotou alguns procedimentos em nível global para melhoria do gerenciamento da água. Eis alguns: ·

Incorporar as questões relacionadas com a política e o gerenciamento dos recursos hídricos nas conversações periódicas que mantém com cada país e na formulação estratégica de ajuda aos países onde as questões relacionadas com a água são significativas.

  • Apoiar as medidas para o uso mais eficiente da água. ·
  • Dar prioridade à proteção, melhoria e recuperação da qualidade da água e à redução da poluição das águas através de políticas "poluidor-pagador" (quem polui paga, na proporção do dano). ·
  • Apoiar os esforços governamentais para descentralizar a administração da água e encorajar a participação do setor privado, a participação das corporações públicas financeiramente autônomas e das associações comunitárias no abastecimento de água aos usuários. ·
Apoiar programas de treinamento para introduzir reformas nos sistemas de gerenciamento de água e controle de despejo do lixo em rios, nascentes e por cima de lençõe freáticos
.
Tabela 2 - Doenças relacionadas à água.

Doenças
Número por ano (1993)

Casos de doenças
Mortes
Cólera
297.000
4.971
Febre tifóide
500.000
25.000
Giardíase
500.000
Baixo
Amebíase
48.000.000
110.000
Doenças diarréicas
(idade < ou igual 5 anos)
1.600.000.000
3.200.000
Esquistossomose
200.000.000
200.000

Fonte: Ivanildo Hespanhol - OMS.

Hoje a população urbana brasileira corresponde a 76% e no estado de São Paulo essa taxa cresce para 91%. A tendência é que, conforme a cidade vá se expandido em áreas rurais e periféricas, geralmente de forma não-planejada, os mananciais sejam contaminados com o despejo de esgoto e de lixo. Essa contaminação também pode atingir os aqüíferos através da perfuração de poços sem cuidado específico e através de fossas sépticas que contaminam os lençóis freáticos.

Enquanto aumenta a demanda de água a sua qualidade piora, encarecendo os custos de tratamento. saneamento, o Enquanto a solução não chega, a atitude mais barata e ao alcance de todos no momento são as campanhas de conscientização para um uso racional da água, assim como o seu reaproveitamento caseiro 

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - O caso dos depósitos de lixo e a contaminação das águas subterrâneas também chama atenção. A água da chuva dissolve os resíduos acumulados nesses depósitos e em seguida os carrega para o subsolo, poluindo os poços que servem ao abastecimento urbano. Por isso, os locais de escavação de poços e as áreas que os circundam devem ser muito bem escolhidos e precisam ficar protegidos de rejeitos e substâncias tóxicas. Naturalmente, algumas condições são mais favoráveis.


A participação da população na gestão da água é hoje um desafio para as ONGs e para a sociedade civil. Alguns programas tem sido implementados na tarefa de conscientizar a população quanto ao desperdício e conservação da água ...
CICLO HIDROLÓGICO

Apesar de termos a impressão de que a água está "acabando", a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há 500 milhões de anos. O que muda é a sua distribuição, pois a água não permanece imóvel. Ela se recicla através de um processo chamado Ciclo Hidrológico, através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, neblina e neve. Depois escorrem para rios, lagos ou para o subsolo e aos poucos correm de novo para o mar mantendo o equilíbrio no sistema hidrológico do planeta.

As eventuais "perdas" de água se devem mais à poluição e à contaminação, que podem chegar a inviabilizar a reutilização, do que à redução do volume de água da Terra. A existência do Ciclo Hidrológico é uma das provas de que o gerenciamento adequado dos recursos hídricos, e não a "falta d'água", é o maior problema a ser enfrentado pela humanidade.

 MUITA ÁGUA, MUITA SEDE

Novos conflitos internacionais, motivados pela disputa pela água, deverão aparecer nas próximas décadas. Crescem as previsões de que, em regiões como o Oriente Médio e a bacia do rio Nilo, na África, a água vá substituir o petróleo como o grande causador de discórdia. A razão é a escassez do precioso líquido transparente nesses lugares.

Dos 2,5% de água doce da Terra, 0,3% são acessíveis ao consumo humano. Essa cifra demonstra claramente a diferença entre água e recursos hídricos, ou seja, água passível de utilização como bem econômico. A quantidade total de água da Terra, portanto, é suficiente para abastecer toda a população com folga. Isso porque o ciclo hidrológico mantém um fluxo constante do volume de água, a uma taxa de 41.000 km³/ano. Desse fluxo, mais da metade chega aos oceanos antes que possa ser captado e um oitavo atinge áreas muito distantes para poderem ser usadas. Estima-se que a disponibilidade efetiva de água esteja entre 9.000 e 14.000 km³/ano. Enquanto isso, a demanda total de água prevista para o ano 2000 deverá atingir apenas cerca de 4.500 km³/ano. Assim, em termos globais, não existe perigo de escassez de água.

DICIONÁRIO PARA ESTUDO CASO 1:

PREEMINÊNCIA: que ocupa lugar mais elevado.
MANANCIAIS: fonte de abastecimento de água que pode ser um rio, lago, poço, nascente, lençol freático, lençol profundo.
FOSSAS SÉPTICAS: cavidade subterrânea para o despejo de resíduos orgânicos. Nesta cavidade microorganismos transformam, por fermentação, a matéria orgânica em substâncias minerais.
LENÇÓIS FREÁTICOS:corresponde a faixa de água mais próxima da superfície e pode ser retirada através de poços.



ROCHAS ÍGNEAS:  incluem todas as rochas da crosta terrestre. Origina do magma variando com o tipo de sua consolidação.



ROCHAS METAMÓRFICAS: podemos dividir a crosta da Terra em 3 zonas. Na primeira as rochas estão em processo de desintegração; os compostos solúveis são levados pelas águas à zona inferior. Na segunda, as rochas são fraturadas e as aberturas estão cheias de água, contendo muita matéria em solução. As substâncias aqui dissolvidas e as provenientes da zona superior são depositadas nas fraturas e espaços intergranulares das rochas, a chamada zona de cimentação. Na terceira zona, devido à grandes pressões as as aberturas fecham. A maior parte das rochas metamórficas se formam na zona de cimentação. Tem estruturas semelhantes às das rochas ígneas e em outra parte, às das sedimentares.



ROCHAS SEDIMENTARES IMPERMEÁVEIS: formada pela acumulação de material derivado de outras rochas pré-existentes, por processos de desintegração. É de formação porosa e por conta disso não acumula água.



AQUÍFERO: rocha cuja permeabilidade permite a retenção de água, dando origem a águas interiores ou freáticas.



LITOLOGIA: parte da geologia que estuda a constituição das rochas.



BIOSFERA: parte do planeta Terra onde pode existir vida.



ATMOSFERA: envoltório gasoso da Terra, constituído  principalmente de oxigênio, azoto argônio, gás carbônico, criptônio, xenônio, neônio e hélio.



TÓRRIDO: ardente



ESPARSOS: espalhado, disperso

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